ATLAS DA
TEMPERATURA E DA SALINIDADE DE SUPERFÍCIE
E DA PROFUNDIDADE DA TERMOCLÍNA
INTRODUÇÃO. Os valores da temperatura e da salinidade na superfície do mar assim como da profundidade do topo da termoclina estacional, constituem informação da maior importância para o estudo das condições hidroclimáticas das camadas superiores dos oceanos e da sua relação com a distribui- ção dos peixes grandes migradores, como é o caso dos tunídios (albacora, patudo, gaiado) e similares (merma, sarrajão, judeu) que são alvo de importantes pescarias sazonais frente à costa Cento e Sul de Angola. A zona oceânica adjacente à costa de Angola está submetida, durante a maior parte do ano, ao rigoroso aquecimento de origem atmosférica, cuja consequência mais importante é a existência de uma camada de mistura superficial, com uma temperatura elevada em contrate com as ![]() Aquela camada horizontal, com uma espessura relativa- mente pequena, na qual a temperatura varia abruptamente é designada por "camada da termoclina sazonal" HELA e LAEVASTU (1961). A designação de "profundidade da termoclina" refere-se à profundidade em que começa a termoclina sazonal, coincidindo, portanto, com o limite inferior da camada de mistura superficial. ![]() Na Fig. 1 estão representadas as estruturas térmicas observadas na Estação nº 8 da Radial "Baía-Farta" (12º00'S-12º10'E) em Abril de 1973 (Verão) e em Julho de 1973 (Inverno), as quais ilustram claramente as variações sazonais extremas da espessura da camada de mistura superficial e da camada da termoclina sazonal. O objectivo deste projecto foi o de apresentar, numa área geográfica limitada pelos paralelos de 4ºS e 19ºS, pelo meridiano de 5ºE e pela costa africana (ver Fig. 2), os valores médios daqueles factores oceanográficos, relativos a rectângulos de 1ºx1º, no sistema de referência MARSDEN (Fig. 3). MATERIAL E MÉTODOS. A Base de Dados utilizada para a construção deste ATLAS foi inicialmente constituída por cerca de 3643 batitermogramas obtidos a bordo dos navios de investigação da M.E.B.P.A., "GOA" e "SARDINELLA", no período 1967-1973, conservados no arquivo de dados oceanográficos sob a forma de fichas analógicas ou listas digitalizadas. Em cada ficha, além da reprodução analógica do registo batitermográfico (corrigido) e das informações de identificação habituais (navio, posição geográfica, data e instrumento) indicam-se também a temperatura de superfície e a salinidade de superfície Esta base de dados foi posteriormente enriquecida com outros dados (batitermogramas e estações oceanográficas tipo NANSEN) obtidos dos arquivos de dados de varias ![]() Depois do apuramento e controlo de qualidade de toda a informação coligida, a Base de Dados ficou constituída por 5071 dados de temperatura de superfície, 4099 de salinidade de superfície e 4276 de profundidade da termoclina. Num total de 6698 de dados coligidos cerca de 83% referem-se ao período de 1965 a 1973, 15,9% ao período de 1956 a 1964 e apenas 0,8% ao período de 1950 a 1955 (ver Fig. 4). Para cada um dos parâmetros - temperatura de superfície, salinidade de superfície e profundidade da termoclina - os resultados finais referem-se a três períodos de três meses cada, aproximadamente coincidentes com o Inverno (Junho, Julho e Agosto), a Primavera (Outubro, Novembro e Dezembro) e o Verão (Fevereiro, Março e Abril) do Hemisfério Sul. Segundo a terminologia de BERRIT (1958) o Inverno e o Verão correspondem, respectivamente, às "Grandes Estações Fria e Quente", enquanto que a Primavera corresponde às "Pequenas Estações Quente e Fria". A descrição detalhada dos procedimentos metodológicos do apuramento dos dados e do cálculo dos valores médios dos parâmetros representados podem consultar-se no Relatório Interno da MEBPA "Atlas da Temperatura e da Salinidade na superfície do Mar e da Profundidade da Termoclina, frente a Angola no período de1965 a 1973" (Lobito, 1974).
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